No Teatro de Sombras, as cortinas não se abrem: elas se iluminam. Por trás do pano, existe um outro espetáculo – alumiado pelo reflexo do que o público vê –, onde as histórias são criadas através de movimentos espelhados, tempos desconexos e materiais inimagináveis. É um lugar onde o feio se transforma no belo, pelos olhos do observador.
Lucas Rodrigues
Sejam bem-vindos aos bastidores do Teatro de Sombras!
A arte das sombras espera para germinar, da mesma maneira que uma semente aguarda a chuva. O espaço conquistado pela sombra é progressivo, como as folhas de uma planta que buscam a luz. No tempo e caminho que contornam a cena, o grande segredo se revela.
Alexandre Fávero – Cia Teatro Lumbra
O sombrista, com uma fonte de luz, manipula objetos ou figuras e suas sombras são projetadas em superfícies, telas ou fachadas de edificações. O público vê as sombras, mas não os bastidores, ou seja, o trabalho do sombrista para criar essas sombras.
Valter Valverde – Cia Luzes e Lendas
[Foto: Alexandre Fávero]
[Foto: Diego Bressani]
Deslocamentos, pausas, gestos; a manipulação cuidadosa das silhuetas e objetos; o olhar atento e a percepção da vibração dos corpos; o movimento preciso que cria a poesia visível… Há uma coreografia, uma dança, feita na escuridão.
Gilson Motta – Coletivo Sombreiro Andante
Os bastidores são revelados: parte da obra, camada que compõe a dramaturgia. O som e a luz estão no palco, revelados. Os técnicos de som e luz, aqui, são chamados de performers e os bastidores protagonizam a cena, se misturam com o todo e são a obra.
Ronaldo Robles – Cia Quase Cinema
Acontecimento do corpo. Matéria viva que transforma. Presença absoluta, aqui e agora. Conexão sublime, transportadora de tempo e espaço. Linguagem luminosa que penetra nossos sentidos.
Soledad Garcia – Cia Lumiato Teatro de Formas Animadas
Com as luzes nas mãos e um pouco de escuro, podemos transformar e criar tudo o que queremos, através das sombras. Fazer mundos gigantes a partir de espaços pequenos e, por meio de materiais inertes, provocar os mais belos e genuínos sentimentos.
Lucas Rodrigues – Fios de Sombra
Atrás das telas, acontece uma dança: bonecos e silhuetas ganham vida pelo movimento de cada corpo-manipulador. O corpo pulsa e dá ânima à sombra. A história, a musicalidade, a luz e as cores embalam, juntos, esta dança!
Silvana Marcondes – Cia Pavio de Abajour
Os bastidores são fascinantes e necessitam de estudo. Nós, sombristas, somos “regentes” e “bailarinos”: movimentamo-nos no escuro, para acender nossos corpos e animar silhuetas; traçamos, no espaço, o desenho de cenas e o caminhar da luz.
Juliana Graziela Rocha de Oliveira – Grupo Penumbra
Companhia Karagozwk [Foto: Celso Margraf]
Os bastidores são a casa da gente. Neles, dorme a escuridão e a luz desperta o mundo mágico do Teatro de Sombras.
Marcello Andrade dos Santos – Companhia Karagozwk